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Teste do Coraçãozinho ajuda a detectar doenças congênitas

11/08/2014


Dados da Sociedade Brasileira de Pediatra indicam que, em cada mil bebês nascidos vivos, de oito a dez podem apresentar malformações congênitas e, desses, dois podem apresentar cardiopatias graves em que há a necessidade de intervenção médica o mais rápido possível. Recentemente, o Ministério da Saúde incorporou o exame de oximetria de pulso, mais conhecido como Teste do Coraçãozinho, como parte da triagem neonatal em todo o Sistema Único de Saúde (SUS). No Espírito Santo, o teste já é oferecido.

O exame é capaz de detectar precocemente cardiopatias graves e diminuir o percentual de recém-nascidos que recebem alta sem o diagnóstico de problemas que podem levar ao óbito ainda no primeiro mês de vida.

Segundo a cardiologista pediátrica Sônia Rabello, o procedimento, preconizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e agora incorporado pelo Ministério da Saúde, é apontado como essencial para o diagnóstico precoce de cardiopatia congênita crítica. Isso porque ele funciona como uma triagem dos bebês que têm o risco de ter uma doença cardíaca grave.

O teste é feito com um aparelho chamado oxímetro de pulso. Os sensores são colocados na mão direita e em um dos pés do bebê para medir a concentração de oxigênio no sangue arterial da criança. Aquelas que apresentarem alterações são encaminhadas para exame mais específico, o ecocardiograma, em até 24 horas, no próprio hospital, para diagnóstico e tratamento.

O exame é indicado para ser realizado em todos os recém-nascidos com mais de 34 semanas de idade gestacional. Além disso, é importante que seja feito entre 24 e 48 horas após o nascimento. Isso porque, no primeiro dia de vida, algumas alterações no organismo do recém-nascido podem atrapalhar o resultado. Após as primeiras 24 horas e até o segundo dia de vida, o risco de erro diminui de forma significativa, mas o período ainda é considerado seguro para o diagnóstico das cardiopatias críticas.

A médica explica ainda que o exame que dá alterado, após uma hora é repetido para confirmar o resultado. Só então, a criança é encaminhada para exame mais específico, o ecocardiograma, para diagnóstico mais preciso e tratamento adequado. O ecocardiograma é feito com aparelho de ultrassonografia, que mostra a anatomia e funcionamento do coração. Através dele, é possível detectar qualquer defeito cardíaco congênito.

A médica ressalta que a especificidade do Teste do Coraçãozinho é de 99%, o que significa que quando dá negativo praticamente descarta a possibilidade de doenças cardíacas graves. Ao mesmo tempo, a cardiologista tranquiliza os pais em caso de resultado positivo. Segundo ela, nem todo Teste do Coraçãozinho dado como positivo tem o resultado confirmado. Estudos realizados comprovam que 25% das crianças enviadas para o ecocardiograma não possuem malformação no órgão.

:: Fique por dentro:

– 10% das mortes infantis são causadas por doenças cardíacas;

– 30% a 40% das mortes infantis por malformação em algum órgão do corpo humano se referem a problemas no coração;

– O Teste do Coraçãozinhos é um exame simples, não invasivo, e não causa dor. É realizado pelo pediatra na maternidade para detectar doenças cardíacas graves, que podem provocar a morte do bebê ainda no primeiro mês de vida.

:: Doenças cardíacas congênitas graves:

– Transposição das grandes artérias (as grandes artérias aorta e pulmonar nascem em posições trocadas);

– Atresia da válvula pulmonar (o bebê nasce sem a válvula pulmonar, responsável por levar sangue do coração até o pulmão);

– Síndrome de hipoplasia do coração esquerdo (estrutura do lado do esquerdo não se desenvolve. É o lado esquerdo que bombeia sangue para o corpo).

Obs: Estes são exemplos de cardiopatias que exigem uma intervenção cirúrgica precoce para manter a circulação normal do sangue entre o pulmão, coração e o corpo da criança. Nesses casos, há medicações e procedimentos hemodinâmicos (cateterismo cardíaco) que podem ser aplicados para manter a vida da criança e estabilizá-la até a realização da cirurgia para corrigir a malformação. As condutas são diferenciadas para cada caso. Alguns exigem cirurgia imediata.

 

FOTO: Assessoria de Comunicação/Sesa

(Os textos publicados são produzidos pela Rede de Comunicação do Governo do Espírito Santo)