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Estado cria comitê para estudar alterações provocadas pelo vírus Zika em bebês

22/07/2016


Foi publicada na edição da última quinta-feira (23) do Diário Oficial do Estado, a portaria que institui o Comitê de Estudo dos Casos de Microcefalia e Outras Alterações do Sistema Nervoso Central do Espírito Santo. A publicação oficializa um trabalho que vem sendo feito pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) desde dezembro do ano passado e que atende às diretrizes do Ministério da Saúde.
A médica sanitarista Clemilda Soares Marques, do Centro de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde (CIEVS) da Sesa, diz que desde que foi observado o aumento do número de casos de microcefalia em bebês no Brasil, e que se fez a relação entre a malformação e a infecção pelo vírus Zika, os estudos acerca desse assunto tem crescido não só no país, mas em todo o mundo, uma vez que os problemas de saúde causados pelo Zika se tornaram uma emergência de saúde mundial.
Segundo Clemilda Marques, que compõe o Comitê junto com outros sete médicos do nível central da Sesa e da rede hospitalar, os estudos têm avançado em esclarecer o que, exatamente, o vírus Zika pode causar nos bebês. Por isso, as equipes de saúde que, logo no início, se limitavam a identificar bebês com microcefalia e investigar a ligação da malformação com o Zika, hoje já buscam crianças com outros problemas de saúde, como comprometimento da visão, encurtamento de membros e outras complicações que podem ser observadas no período de até dois anos após o nascimento da criança.
“A maior parte dos casos de microcefalia apresenta também alterações neurológicas, seja na área motora ou psíquica. Tendo isso, a criança precisa de atendimento imediato. Não pode esperar um, dois, três meses. É necessário começar a estimulação dessa criança rapidamente para minimizar os efeitos da doença”, comenta a médica, ressaltando que um dos objetivos do Comitê de Estudo dos Casos de Microcefalia e Outras Alterações do Sistema Nervoso Central é propor e ajudar a promover melhorias na assistência aos indivíduos acometidos por alterações em decorrência do vírus Zika.

O potencial do vírus - Conforme explica Clemilda, o zika tem o poder de penetrar nos tecidos proporcionalmente ao período em que a mãe foi exposta ao vírus. Fetos expostos ao Zika no primeiro trimestre de gestação, segundo a médica, apresentam maior possibilidade de sofrer alterações além da microcefalia. “A partir dessa constatação, o protocolo válido para todo o país passou a recomendar a observação não só de crianças com microcefalia, mas com alterações neurológicas. Hoje, caminhamos para a criação de um novo protocolo, que trate todas essas alterações como possibilidade de uma síndrome da zika congênita, assim como existe sífilis congênita e rubéola congênita”, detalha a médica.

Dados - Entre 22 de novembro de 2015 e 16 de julho de 2016, foram notificados no Espírito Santo 170 casos de microcefalia e/ou alterações do sistema nervoso central, sugestivos de infecção congênita pelo vírus Zika em fetos, abortamentos, natimortos ou recém-nascidos. Destes, 19 casos foram confirmados, 69 foram descartados para microcefalia relacionada à infecção congênita e 80 permanecem em investigação.

 

FOTO: Divulgação / Sesa

(Os textos publicados são produzidos pela Rede de Comunicação do Governo do Espírito Santo)