Evento simultâneo em vários países, a data intitulada Bloomsday também vai ser comemorada em Vitória. Trata-se da homenagem ao dia instituído na Irlanda para homenagear o personagem Leopold Bloom, protagonista do livro Ulisses, do escritor James Joyce. O evento acontece nesta quinta-feira (16), a partir das 19 horas, na Biblioteca Pública Estadual do Espírito Santo (BPES), na Praia do Suá. Haverá uma roda de conversa, incluindo leitura de trechos e uma palestra de Caetano Galindo, o mais recente tradutor da obra no Brasil. Entre os participantes, estarão como convidados o dramaturgo Wilson Coêlho, o escritor Wladimir Cazé, o artista plástico Gilbert Chaudanne, entre outros. A entrada é franca e todos os interessados podem participar do debate.
No Bloomsday, os fãs da obra procuram relembrar os episódios vividos pelo personagem principal, além de ler partes das mais de 500 páginas em diversos encontros literários. No Brasil, se comemora o Bloomsday desde 1994, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul e, atualmente, em diversas cidades do país. Em Vitória, começou a ser comemorado no ano de 2009.
Para o organizador do evento, Wilson Coêlho, o escritor James Joyce, juntamente com Marcel Proust e Franz Kafka, faz parte do time dos mais importantes autores europeus do século XX. “Para aqueles que pretendem mergulhar no universo joyceano, faz-se necessário compreender que tudo passa por uma intencionalidade. E se existe uma intenção que é sincera para este mergulho, se é possível dar um conselho, há que se experimentar a leitura sem busca de resultados, ou seja, ler como quem passeia por uma estrada desconhecida e que vai se revelando a cada passo.”, pontua.
A obra
Publicado em 1922, o romance Ulysses, de James Joyce, é uma paródia de “A Odisseia”, de Homero. O personagem principal representado por Leopold Bloom, um agente de publicidade da cidade de Dublin, tem seu dia retratado durante 16 horas do dia 16 de junho de 1904. O objetivo é simplesmente retornar ao fim do dia para a casa e para a esposa, entretanto, várias situações surreais atrapalham o percurso, que é interrompido por pessoas incomuns e cenas pitorescas.
Desde então, o romance é considerado inovador e experimental por muitos estudiosos da literatura rompendo, sobretudo, em termos narrativos e linguísticos dos habituais recursos literários da época. Joyce utiliza ao longo do livro o chamado “fluxo de consciência”, técnica de escrever simulando a ordem dos pensamentos, retratando fielmente a imaginação do personagem em diversas quebras de narrativa.
FOTO: Divulgação / Secult
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