Inserida nas atividades que marcam o lançamento nacional do documentário “Brasil Talian”, o Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES) promove hoje, às 18h30, a exibição do filme na sua sede. Dirigido por André Costantin e produzido por Fernando Roveda entre 2011 e 2014, a obra tem como tema a preservação dos dialetos da imigração italiana no Rio Grande do Sul e no Espírito Santo, com filmagens nos municípios de Vitória, Santa Teresa e Venda Nova do Imigrante.

De acordo com a professora de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Marley Terezinha Pertile, o Talian está historicamente vinculado aos dialetos provenientes do norte da Itália, mas com características próprias, derivadas do contexto brasileiro que o diferem da matriz original e também de outras regiões. Marley ressalta as barreiras para a continuidade da língua, uma vez que o português foi decretado como a única forma oficial aceita de expressão da comunicação, o que contribuiu para que ela permanecesse em estado de estagnação por um longo período de guerra (1936 a 1945) e pós-guerra.

O documentário faz parte do esforço para divulgar a diversidade linguística, composta por um acervo quase oculto de línguas indígenas e de imigração, e trazer os fragmentos do Talian. Para isso, investigaram-se as pontes identitárias no espaço e no tempo das regiões e montanhas do Brasil e da Itália, com destaque às falas dos avós – os “nonos” e “nonas” - as quais melhor definem a memória e permanência do dialeto.

‘Comites’ - Antes da exibição do filme os conselheiros do “Comitato degli Italiani all’Estero – Comites”, que representam os interesses da comunidade italiana do Espírito Santo junto ao Consulado Geral da Itália no Rio de Janeiro, apresentarão às entidades e associações de cultura italiana, que atuam no Estado, a proposta de criação da Casa d’Itália no Espírito Santo.

FOTO: Reprodução

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