Com muita alegria e descontração as crianças da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Viana começaram a participar, na última terça-feira (07), de sessões de equoterapia ofertadas pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus). Os atendimentos são realizados na Penitenciária Agrícola do Espírito Santo (Paes), por seis servidores e seis detentos que cumprem pena em regime semiaberto na penitenciária.
O grupo é coordenado por uma equipe multidisciplinar, formada por assistente social, psicólogo e fisioterapeuta. O projeto também conta com o apoio da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), que, por meio do Regimento de Polícia Montada (RPMont), capacita os internos, inspetores penitenciários e a equipe técnica da unidade.
A Equoterapia é um método terapêutico que emprega a montaria na reabilitação e no desenvolvimento de pessoas com limitações neuromotoras ou cognitivas. A atividade também promove o relaxamento, desenvolve novas formas de postura, comunicação, socialização, confiança e autoestima.
As sessões são realizadas sempre às terças e quintas-feiras, no período matutino e vespertino. Na última terça, o início das sessões foi comemorado pelas famílias das crianças atendidas.
Segundo Dayana Conti, mãe de uma das crianças atendidas na unidade prisional, a oportunidade de participar das sessões de equoterapia veio em boa hora. “O Vitor possui distrofia muscular e adora o contato com os cavalos. Esta é uma oportunidade única. Se não tivéssemos esse espaço, não teríamos condições financeiras de dar continuidade ao tratamento dele. Aqui, temos toda a estrutura necessária para cuidar das crianças e ainda o acompanhamento de profissionais da Apae e da Sejus”, acrescentou.
As vantagens da iniciativa não limitam-se apenas às crianças atendidas. Os detentos que participam das sessões também são beneficiados. De acordo com o diretor da penitenciária, Carlos Roberto Barbosa, “a equoterapia é mais uma ferramenta utilizada para a reinserção social dos detentos que cumprem pena na unidade prisional. Ao auxiliar a melhora das crianças, o interno passa a ter uma nova perspectiva, que é fazer o bem ao próximo”, afirmou.
A fisioterapeuta da Apae e uma das responsáveis pela implantação do projeto, Edilaine Mazolini, também acredita que a equoterapia é capaz de despertar um novo sentimento nos detentos envolvidos no projeto. “As crianças fazem amizade com os detentos e adquirem confiança neles. Desta forma, o benefício é mútuo, pois as crianças criam um laço afetivo com os internos, facilitando o tratamento, e os detentos se sentem úteis por ajudar na melhora física e psicológica da criança”, explicou.
RESSOCIALIZAÇÃO - Com o projeto, os detentos que realizam trabalho voluntário na unidade prisional auxiliam os profissionais nas sessões em que as crianças da Apae são atendidas. Eles são beneficiados com a remição de pena, ou seja, a cada três dias trabalhados, um dia de pena é reduzido.
Durante as sessões de Equoterapia são utilizados animais que são recolhidos em rodovias pela Polícia Rodoviária Federal e pela Prefeitura Municipal de Viana e doados à unidade prisional. No local, os animais são tratados, alimentados e conduzidos por um grupo de internos, sob a orientação dos inspetores penitenciários e da equipe técnica da unidade.
Os detentos e servidores também participaram de cursos de Casqueamento, Ferrageamento e Doma Racional de Equinos, ofertado pelo Sindicato Rural Patronal de Viana. Durante as aulas, o veterinário do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Cláudio Passamani Souza, ensinou técnicas de limpeza dos cascos e aplicação de ferraduras, além da comunicação com os cavalos, selagem e montaria.
FOTO: Assessoria de Comunicação / Sejus
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