Uma maneira de ampliar a cobertura florestal no Espírito Santo é por meio dos Sistemas Agroflorestais (SAFs). Trata-se de uma forma combinada de plantio de várias espécies em um mesmo espaço, proporcionando preservação ambiental e geração de renda para o produtor. O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) incentiva e orienta sobre essa prática.
Para o pesquisador e engenheiro agrônomo César Pereira Teixeira, os SAFs proporcionam diversos benefícios para os produtores. “É um atrativo para o produtor, pois é possível proteger o meio ambiente com renda. Além de diversificar a produção, os trabalhadores rurais comentam que têm um ambiente mais confortável para trabalhar e envolver toda a família na atividade rural”, disse César.
Entre as principais espécies que podem ser utilizadas nos Sistemas Agroflorestais destacam-se a seringueira, o café, cacau, banana, açaí e cupuaçu. “A seringueira, por exemplo, além de proporcionar sombra a diversas espécies, possui boa utilização comercial por meio da extração do látex”, explicou César.
Além disso, esses sistemas contribuem para ampliar a fertilidade do solo. “As folhas que caem no chão contribuem para a recomposição do solo com matéria orgânica. As folhas dão cobertura à terra e protegem as nascentes, pois o solo fica mais poroso, o que permite a infiltração de água. Potencializa e restaura o ciclo hidrológico”, explicou César. Ele também disse que sem cobertura florestal e matéria orgânica, o solo perde nutrientes e as plantas não regeneram naturalmente.
O pesquisador destacou que as florestas contribuem para a preservação da fauna e da flora na propriedade rural. “Elas permitem que os animais encontrem abrigo. Assim, os pássaros podem dispersar sementes que trazem da mata para recompor naturalmente as áreas”, afirmou.
Incentivos governamentais - Os SAFs estão incluídos em uma das seis modalidades do Programa Reflorestar, do Governo do Estado. De acordo com o coordenador do Programa, Marcos Sossai, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), plantar florestas tem o mesmo custo de plantar uma lavoura. “Por isso, o Governo do Estado incentiva o produtor a ampliar a cobertura florestal em sua propriedade pelo Programa Reflorestar, que oferece um aporte de recursos conforme cada modalidade”, afirmou.
O Programa Reflorestar faz uso de seis modalidades de conservação, recuperação e sistemas de uso amigável do solo. Confira:
:: Conservação de floresta em pé: propriedades que já possuem área de cobertura florestal nativa preservada serão estimuladas, via pagamento direto aos proprietários, a manter tal área através da conservação das mesmas.
:: Regeneração Natural: consiste no isolamento e eliminação do fator de degradação em uma determinada área (cultivo agrícola, pasto, etc.), para que sua vegetação seja reconstituída de forma natural.
:: Recuperação com Plantio: consiste no plantio de mudas de espécies nativas da Mata Atlântica em áreas degradadas com o objetivo de recuperar as funções ecossistêmicas do local;
:: Sistemas Agroflorestais: combinam, em um mesmo sistema, espécies lenhosas perenes (árvores, arbustos, palmeiras, etc.) e culturas agrícolas (café, cacau, cupuaçu, etc.). Portanto, compreendem produção e conservação dos recursos naturais. Além da diversificação da produção, e consequente distribuição do rendimento dos produtores rurais ao longo do ano, Sistemas Agroflorestais auxiliam na conservação dos solos e microbacias;
:: Sistemas Silvipastoris: combinam, em um mesmo sistema, árvores e pastagens. O sistema silvipastoril auxilia na conservação dos solos e microbacias e, por ser multifuncional, possibilita diversificar a produção;
:: Floresta Manejada: Cultivo de espécies florestais destinadas ao manejo sustentável da área, preservando serviços ambientais relacionados à proteção do solo, da biodiversidade e das águas e gerando renda para o produtor rural.
Para saber mais sobre os Sistemas Agroflorestais e o Programa Reflorestar, procure um escritório local do Incaper no seu município.
FOTO: Divulgação / Incaper
(Os textos publicados são produzidos pela Rede de Comunicação do Governo do Espírito Santo)