O golpe civil-militar no Brasil completou 51 anos. No Espírito Santo, os arquivos da polícia política mostram as ações recorrentes de vigilância e repressão aos movimentos contrários à ditadura. Uma parte significativa da história do período encontra-se no acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES), no qual constam 80 caixas de documentos da Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS/ES) e aproximadamente 20 mil fichas de identificação, com informações sobre indivíduos e instituições.
Diversas ações têm sido empreendidas pelo APEES para facilitar o acesso e difundir o conteúdo dos documentos que compõe o Fundo DOPS. Dentre elas está a disponibilização online do quadro de arranjo, que é o instrumento de classificação, que traz informações como os títulos dos dossiês e as datas limites, auxiliando na busca de temas específicos. Com isso, o consulente pode efetuar uma pesquisa prévia dos materiais que deseja, sem precisar se deslocar à instituição. O quadro pode ser consultado no site (www.ape.es.gov.br).
Está sendo realizada também a digitalização dos rolos de microfilmes, por meio de um novo equipamento, de alta velocidade, para reprodução e publicação online dos documentos históricos dentro do projeto “Memórias Reveladas”, coordenado pelo Arquivo Nacional. O trabalho visa organizar, catalogar, descrever, reproduzir e publicar em uma base de dados as referências e a reprodução digital dos documentos produzidos pela DOPS/ES, trazendo à cena a história política recente do Espírito Santo.
DOPS - A função da Delegacia, criada no Governo de Getúlio Vargas, na década de 1930, era vigiar e conter atitudes de contestação ao poder. O conjunto documental da DOPS/ES é amplo, composto por atestados de conduta ideológica, inquéritos policiais, dossiês, fotografias, jornais, panfletos e cartazes. A análise dos documentos da DOPS mostra que as apreensões de publicações eram estratégias cotidianas de controle social. No acervo são inúmeros os cartazes e panfletos que tinham a função de convocar para reuniões ou passeatas e se tornavam “provas de crimes políticos”.
Arquivo Público - A documentação da ditadura civil-militar no Espírito Santo é de acesso irrestrito e pode ser solicitada para consulta na sede do APEES, localizada à Rua Sete de Setembro, Ed. Getúlio Rezende, nº 414, no Centro de Vitória.
FOTO: Reprodução / Apees
(Os textos publicados são produzidos pela Rede de Comunicação do Governo do Espírito Santo)