Texto - Débora Barreto
Fotos - Júnior Ventura
Diário Oficial - O que fica de concreto para a história da Abio a 51ª reunião realizada aqui em Aracaju?
Fernando Tolentino - Primeiro o prazer de fazer uma reunião em Aracaju, fica no capítulo do prazer. Aracaju é uma cidade belíssima, uma cidade acolhedora, os companheiros aqui da Segrase, a Imprensa Oficial de Sergipe, muito acolhedores, muito simpáticos, afetuosos até, enfim, o capítulo do prazer, os programas todos interessantes e agradáveis. Agora, além disso, foi uma reunião de trabalho, uma reunião em que nós temos um aprendizado muito grande, porque nós nos dedicamos nessa reunião a trabalhar a questão editorial. E a questão editorial ficou muito forte, na reunião e na discussão. A última nas discussões sobre direitos autorais. Nas discussões anteriores nós caminhamos, inclusive, na perspectiva e cooperação. Foram feitos vários contatos aqui no sentido até de fazer coedições. As Imprensas Oficiais diferentes se unem para uma parceria em torno de uma edição comum.
Diário Oficial - Como estimular as Imprensas Oficiais a aumentarem suas políticas culturais?
Fernando Tolentino - Eu entendo que é preciso começar a trabalhar nas Imprensas Oficiais articulações com as Secretarias de Cultura dos Estados. Isso é importante, e a partir desse contato obter das Secretarias de Cultura uma postura que elas em todos os estados entre si trabalhem com a perspectiva de se articular com as Imprensas Oficiais. E mais: o Ministério da Cultura tem papel fundamental nesse entendimento de troca de ideias em fóruns e todos trabalhando com a perspectiva de utilizarem como instrumento as Imprensas Oficiais.
Diário Oficial - Que apoio dará a Abio para estimular a política cultural para as Imprensas Oficiais?
Fernando Tolentino - Eu entendo que nós devemos ter uma ação cooperativa nesse sentido. Buscar um contato com o Ministério da Cultura e buscar um contato com o Fórum dos secretários de Cultura, no sentido de esclarecer uma existência desse instrumento importantíssimo que são as Imprensas Oficiais para colaborar com a política e desenvolvimento cultural dos Estados.
Diário Oficial - As Imprensas Oficiais estão preparadas politicamente para abraçar a ideia de se tornarem agências de políticas culturais?
Fernando Tolentino - Há dois mundos nesse universo. Um no qual as Imprensas Oficiais estão desaparelhadas, são despreparadas e frágeis. O outro em que as Imprensas Oficiais se apresentam com potencial, são fortes e participam sempre de grandes eventos culturais, a exemplo de bienais, feiras e outros eventos que despertam sempre o interesse de um grande público. As Imprensas Oficiais menores estão sempre concentradas num único produto: imprimir o Diário Oficial, validando as informações oficiais, enquanto do outro lado estão as que se dedicam a grandes produções literárias, exercendo o papel real de agências culturais.

